sábado, 19 de junho de 2010

Um pouco de amor líquido

"Em nosso mundo de furiosa individualização, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Na maior parte do tempo, esses dois avatares coabitam - embora em diferentes níveis de consciência. No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência. É por isso, podemos garantir, que se encontram tão firmemente no cerne das atenções dos modernos e líquidos indivíduos-por-decreto, e no topo de sua agenda existencial.
Relacionamento é o assunto mais quente do momento, e aparentemente o único jogo que vale a pena, apesar de seus óbvios riscos. Alguns sociólogos, acostumados a compor teorias a partir de questionários, estatísticas e crenças baseadas no senso comum, apressam-se em concluir que os contemporâneos estão totalmente abertos a amizades, laços, convívio, comunidade. De fato, contudo, hoje em dia as atenções humanas tendem a se concentrar nas satisfações que esperamos obter das relações precisamente porque, de alguma forma, estas não têm sido consideradas plena e verdadeiramente satisfatórias. E, se satisfazem, o preço disso tem sido com freqüência considerado excessivo e inaceitável. Em seu famoso experimento, Miller e Dollard viram seus ratos de laboratório atingirem o auge da excitação e da agitação quando a atração se igualou à repulsão - ou seja, quando a ameaça do choque elétrico e a promessa de comida saborosa finalmente atingiram o equilíbrio... "
Esse é um trecho do livro Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos - de Bauman. Pensei em editar algumas frases, ajustando-as às minhas concepções, mas seria quase injusto não compartilhá-lho na íntegra com vocês. Leiam e reflitam. É espetacular!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pessoas dissimuladas

Vários eventos se passaram e eu continuei sem inspiração para escrever. E ainda estou. Mas preciso desabafar novamente sobre as pessoas. Poucas coisas me surpreendem, mas quando isso acontece, sempre parte de uma atitude inesperada de alguém que não deu nenhum sinal de capacidade para tal absurdo. Ja ouviu o ditado: "coração dos outros é terra que ninguém pisa"? Pois é, e ninguém pisa mesmo! As pessoas estão cada vez mais dissimuladas, cada vez mais loucas, cada vez mais sem coração. Falta fé, sobra o fundo do poço. Você abre uma revista ou liga a TV e é só isso que se vê: atitudes dissimuladas dos nossos irmãos. E muitas vezes esses irmãos são pessoas do nosso convívio, que nem sabem mais quem são, e muito menos a que vieram. É triste! Proponho que todos revejam suas rotinas, que tenham certeza de que estejam sendo quem realmente são. Que revisitem a fé, que se mantenham fortes, quem plantem o bem e que ajudem ao próximo - quanto mais próximo ele estiver. Sempre...